sexta-feira, 1 de julho de 2011

Pepita querida, hoje faz um ano que partistes!


Você foi muito importante na minha vida e na da minha esposa. Apesar do tempo decorrido, a nossa saudade continua grande. Você tinha somente sete aninhos. Pelo resto de nossas vidas, manteremos a sua lembrança. A de uma simpática cadelinha daschhund (salsichinha), cor de mel, mansa, amiga e carinhosa. A minha esposa, tinha uma certa resistência para admitir um animal de estimação em nossa casa. Mas você rapidamente a conquistou. Você veio morar conosco ainda pequenina. Tanto que a minha esposa, quando lhe avistou dentro da edícula, semi escura, pensou tratar-se de um camundongo grande, tomou um susto e deu um grito. Como passo grande parte do tempo em casa, você era a minha companhia constante. Por quase todos os lugares que andávamos, principalmente em Curitiba, chegavam a nos parar na rua, para admirá-la pela sua graça e simpatia. Seguidamente, frequentava conosco a Rua das Flores e a Feirinha do Largo da Ordem, embora o grande movimento de transeuntes nestes locais. O Parque Barigüi para você era uma festa. Você tinha um lugarinho especial, ao lado do Parque de Diversões, onde  costumava correr atrás dos quero-queros. Mas, para chegar a esse lugar tínhamos que ultrapassar uma ponte, onde existia uma queda d'água parecendo uma cachoeira, a água caia fazendo um barulhão, e isso a deixava atemorizada, você não gostava de atravessar, empacava, e eu tinha que pegá-la no colo.  Para quase todos os lugares que viajávamos, sempre que possível você ia conosco. Morretes, Pontal do Paraná, Matinhos, Curitiba, São José dos Pinhais, Tubarão, Termas do Gravatal, Imbituba, Florianópolis, Costão do Santinho, Porto Alegre, Tramandaí, Rio Grande, Praia do Cassino etc. Passava quase todo o tempo dormindo, só acordava quando parávamos para comer alguma coisa, ou chegávamos nos pedágios. Você foi o talismã da AFUMTIBA-Associação de Futebol de Mesa de Curitiba, quando nossa associação esteve sediada no Clube Aliança em São José dos Pinhais. Quase todos os sábados, quando eu ia jogar, você me acompanhava. Os meus amigos ficavam impressionados, como você conseguia se cobrir sozinha com a matinha de dormir. Participava dos churrascos que fazíamos seguidamente. Viajou conosco quando fizemos o primeiro torneio integração de futmesa com o pessoal de Florianópolis, juntamente com a "Mentira", outra cadelinha da mesma raça e pêlo que tinha esse nome porque os cães dessa raça têm a perna curta, e a Lorraine, uma cadelinha Poodle, já bastante velhinha, que moravam com o meu amigo Mauro Paluma e sua esposa Marilane. Coincidentemente, nenhuma das três cadelinhas sobrevivem atualmente. Para que você não se sentisse tão só, adotamos um outro cão da mesma raça que recebeu o nome de Pepe. Pensava cruzá-la com o Pepe, porque fiquei sabendo que você teria que ser mãe ou ser castrada, para evitar que tivesse câncer de mama. Como não queria castrá-la, optei pela maternidade. Interessante é que levei você na sua veterinária, pois você estava comendo demais, muito gorda e com as tetinhas muito grandes. Ela diagnosticou que você tinha gravidez psicológica. Isso na 5a. feira, dia 28 de janeiro de 2010. Na madrugada do sábado dia 30 de janeiro, escutei uns barulhos diferentes que vinham da parte térrea da nossa casa. Fui olhar dentro da sua casinha que estava num local meio escuro e vi algo preto que não identifiquei imediatamente. Ascendi a luz e vi seu filho, um mini cahorrinho preto daschhund, uma gracinha, ao qual demos o nome de Pepeuzinho. A veterinária tinha errado redondamente! Você foi uma excelente mãe. Amamentou e sempre cuidou muito bem do Pepeuzinho, foi uma mãe dedicada ao seu filho. O Pepeuzinho ficou conosco pelo período exato de sessenta dias. Não poderíamos ficar com três cachorros, não teríamos espaço para os três. Uma amiga da minha esposa, encontrou a mãe ideal para o Pepeuzinho. Uma pessoa que observei que ficou apaixonada, quando o viu pela primeira vez. Entregamos ele com pesar, mas conscientes de que estaria em boas mãos, amado e muito bem cuidado. Você até então, gozava de uma saúde muito boa. Quando ficava doente, eram geralmente doenças normais aos cachorros. Somente uma vez, tinha tido algo mais sério. Uma sarna preta, que custou mais a ser curada e a fez sofrer um pouco. Depois passou muito tempo, sem ter algo grave. Até o dia que veio a pancreatite. Foram aproximadamente 45 dias de tratamento. Com despesas que nem tínhamos condições de arcar. Entretanto, não queríamos vê-la sofrendo. Tentamos tudo que foi possível. Perdemos a conta das idas e vindas à Curitiba. Porém, não obtivemos êxito. Ao todo você ficou 13 dias hospitalizada numa clínica em Curitiba. Ficávamos arrasados, quando tínhamos que deixá-la novamente na Clínica em Curitiba  e voltar sozinhos para Paranaguá. Até que chegou o dia que você estava internada e o veterinário tetefonou solicitando a minha presença urgente, porque você tinha piorado muito e já estava quase em coma. A minha esposa quis ir junto comigo. Sabíamos que estava chegando a hora derradeira. O veterinário disse que você havia piorado muito e não havia mais possibilidade de cura. Essa tinha sido a terceira internação e você estava muito magra, pois não queria comer mais nada. Tivera que ser internada novamente, para tomar soro e intubada para conseguir alimentar-se. Embora nos doesse o coração, fomos obrigados a optar pela eutanásia. Era a única saída, para não fazê-la sofrer mais. Fomos então nos despedir de você. O estado em que lhe encontramos era deplorável. Num dos bracinhos tinha o soro, no outro lado à altura do final do pescoço,  você estava intubada, com a finalidade de alimentá-la diretamente no esôfago. Tinha sido internada muito magra, mas tinha inchado em razão do líquido ingerido. Estava quase em coma, mas ao nos ver, mesmo com grande dificuldade, levantou-se para nos saudar. Vi no seu olhar uma súplica, um lampejo de esperança. Como se tivesse pensado, meus pais vieram para me tirar daqui, vieram para me salvar. Foi um caso de amor, lealdade e fidelidade até o final. Algo que nos fez doer o coração. Que jamais esqueceremos até o final de nossas vidas. Dei-lhe o último beijo. A minha esposa disse-lhe que você fosse para não sofrer mais e que nos esperasse, pois um dia com certeza iriamos nos reencontrar. Após a eutanásia, colocamos você  no carro para fazer a última viagem para Paranaguá. Foi a viagem mais triste que fizemos. No outro dia, você foi sepultada no canto esquerdo do nosso pátio, debaixo de uma roseira vermelha   Quero lhe homenagear nesta data, com o poema que segue abaixo. Não fui eu que o escrevi, apenas o copiei. Mas retrata bem a nossa amizade e a nossa saudade que nunca terá fim.


Pepe tomando sol acima do local onde Pepita descansa

                                                              Eu Continuo Aqui
                                       Seu coração está pesado desde aquele dia -
                                       O dia que você pensa que eu fui embora.
                                       Eu não abandonei você, não faria isso -
                                       Você não pode me ver, mesmo eu querendo o contrário.
                                       Talvez me ver aplacasse seu coração -
                                       Tirasse a dor que veio desde que eu supostamante parti.
                                       Mas tente pensar assim, vai ajudar, você vai ver -
                                       Pense que eu estou aqui contigo, e sempre estarei.

                                       Lembra de quando saíamos para brincar
                                       E você me perdia de vista, mesmo eu estando perto?

                                       É assim que acontece agora, quando você me procura -
                                       Eu continuo ao seu lado, no lugar que é meu.

                                       É muito triste, eu penso comigo,
                                       Que seja preciso ver para crer
                                       O amor, lealdade e carinho que eu lhe dediquei,
                                       Você nunca viu, só sentiu, mas acreditou mesmo assim.

                                       Hoje eu caminho ao seu lado como antes -
                                       Não tenho mais dor, vou na frente de novo.

                                       Com os olhos atentos ao seu caminho -
                                       Cuidando de você e lhe fazendo companhia.

                                       Nosso tempo juntos foi curto, mas para mim ele continua -
                                       Eu nunca vou deixar você, não vou embora.
                                       Vivo no seu coração, como você no meu -
                                       Num amor duradouro que segue a brilhar.

                                       Vai chegar o dia em que nos reencontraremos,
                                       Você vai dizer: "pra casa, garota" e eu vou na frente.

                                       Até esse dia chegar, não pense que eu fui embora - 
                                       Estou bem aqui ao seu lado, e meu amor continua vivo.

                                                                                             Clair Marques


Pepita gaúcha


Pepita e sua adorada bolinha com guizo


Pepita colorada


Pepita na sala do apto. do Costão do Santinho


Pepita passeando no Costão do Santinho

     

Pepita na Praia do Cassino na cidade do Rio Grande


Pepita em Termas do Gravatal


Pepita modelo


Pepita ganhando bolinha de aniversário


Pepeuzinho, hoje Beethoven


Pepita descansando no escritório


Meus amores Pepe e Pepita

                                  
                                      

  


2 comentários:

  1. Prezado Clair,

    Lindo e comovente relato.
    Fiz questão de convidar minha esposa para lermos juntos, pois também gostamos muito dos animais.
    Tenhas a certeza de que o Pepeuzinho trará muitas alegrias a vocês.

    Forte abraço do amigo,

    Carlos Alberto

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  2. Agradeço as palavras do amigo. Uma pena que não conseguimos fazer um jogo no Centro Sul Brasileiro. Sou admirador de você como botonista e como pessoa. Amizades como a sua, Sergio Oliveira, Luiz Ernesto Pizzamiglio e Adauto Celso Sambaquy, são especiais para mim.
    Clair Marques

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