quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Clair Marques - 40 Anos de Futebol de Mesa

Tudo começou quando fui morar na rua Carlos Gomes nº 569, entre as ruas Visconde de Paranaguá e 24 de Maio, à meia quadra da famosa Praça Tamandaré na cidade do Rio Grande. Até os meus 15 anos, sempre teve festa nos meus aniversários, com todos os meus amigos. Nos meus 12 anos, dia 15 de novembro de 1956, ganhei vários presentes, inclusive uma bicicleta nova. Mas, o presente que mais me chamou a atenção, eu ganhei do meu cunhado, já falecido, Waldemir Silveira de Moraes. Foram dois times de “futebol de botão”, um do América e outro do Flamengo do Rio de Janeiro. Na época chamávamos esses times de “apropriados”. Não sei por qual razão. Naquele dia mesmo, no piso de madeira da nossa sala, comecei a praticar o futebol de mesa. Foi paixão à primeira vista! Esporte que pratico até os dias atuais, com uma interrupção, no ano de 1992 até 2006. O meu 1º adversário e que sempre foi o mais difícil de ser batido era o Carlos Roberto Rocha, já falecido. Um “polaco” franzino que chamávamos de Robertinho. Ele conseguia fazer gols, com o botão e a bolinha distando apenas dois dedos da linha de fundo. O cara era um terror, quando investia pela linha de fundo. O melhor que vi até hoje executar essa jogada com êxito. O Robertinho já “jogava botão” na Padaria Sul América que ficava no mesmo quarteirão que eu morava. Nas esquinas das ruas Carlos Gomes com Visconde de Paranaguá. Lá todos os sábados á noite, alguns amigos se reuniam para praticar o futebol de mesa, somente como lazer. Jogavam partidas “amistosas”, com uns botões que eu não conhecia chamados de “puxadores”. Convidado pelo Robertinho, fui conhecer aquela nova maneira de jogar botão. Lá jogavam o proprietário Antonio Leite e o seu filho Antoninho, Rominho, Grilo, Zé e o Waldir Tosi Ferreira que era conhecido como o Campeão da Padaria. Fiquei impressionado com o que vi. Os caras jogavam muito bem! Principalmente comparando comigo que estava começando a jogar. A regra utilizada era confeccionada por eles mesmo. Mas, era muito boa de jogar. A bolinha era um botão pequeno, muito utilizado em calças masculinas na época. Fiquei entusiasmado! Tinha que conseguir um time de botões “puxadores” para poder jogar com aquelas “feras”.  Descobri que tinham à venda esses botões na loja “Confiança”. Também fiquei sabendo que os tais “puxadores” eram fabricados com “galalite”, um produto cuja matéria prima era importada do Uruguai e confeccionados numa fábrica situada em Petrópolis, numa região conhecida como Vila Scharlau em Porto Alegre. Os botões eram muito bonitos, confeccionados de uma, duas e três camadas, com cores diferentes. Consegui dinheiro com a minha mãe e comprei um time. Não era todo novo. Alguns comprei novos na loja “Confiança” do “seu” Osvaldo e outros de colegas. Surgiu então o meu “Real Madrid” que tinha a mesma escalação do timaço espanhol de 1958: Domingues, Santa Maria e Casado; Marquitos, Vidal e Pancho; Canário (brasileiro), Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Gento. Na época, esse time de futebol da Espanha, era famosíssimo. Quase uma lenda! Sabíamos informações do Real Madrid, somente através da “Revista do Esporte”, jornais e rádio. Na época, no Brasil não tínhamos televisão, Internet, nem celular. Pouquíssimas pessoas tinham telefone fixo ou automóvel. Bem diferente da época atual que assistimos ao vivo os principais jogos dos grandes times da Europa. Comecei a jogar todos os sábados á noite na Padaria Sul América. Com a prática consegui fazer meu jogo evoluir um pouco. O tempo foi passando... Fui conhecendo novos praticantes do futebol de mesa de diversas zonas da cidade. Cada zona tinha uma regra diferente de jogar. Isso dificultava bastante. Um dia fui jogar na “Zona do Alemão” que tinha regra diferente da nossa. Acabei levando uma goleada de 4xo do Alemão. E, ainda tive que agüentar os hehehehehe... risadas e gozações do Alemão... Agüentei firme! Mas, intimamente, prometi que treinaria bastante para me vingar daquela goleada.  Não demorou muito tempo, consegui devolver os 4x0 ao Alemão que estavam, como um espinho de peixe atravessado na minha garganta!...
Principais títulos: Tetra-Campeão da ARFM (1979, 1983, 1987 e 1991); Bi-Campeão da Taça RS (1980 Pelotas, 1985 Jaguarão); Campeão do Torneio Fronteirão 1983 – Santana do Livramento-RS; Maior façanha no futebol de mesa:  Ter ficado 24 jogos, SEM LEVAR GOL, jogando Fronteirão e Estadual em Santana do Livramento. Idealizador e fundador da Associação Riograndina de Futebol de Mesa-ARFM. Título principal: As boas amizades feitas nestes 40 anos de futebol de mesa.

3 comentários:

  1. LH.ROZA....
    Nossos cumprimento pela brilhante idéia, que estas lançando no seio da familia AFUMTIBINA, pois assim nos faz voltar aos"bons tempos"... botões dos casacões de nossos sempre amados Avós,depois os puxadores chegando aos atuais, que tanto os sofisticamos com: escudinhos,nome dos jogadores e outros atrativos. Espero que os demais integrantes do nosso grupo venham contribuir com suas "histórias".... Até +

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  2. Que grande história do Clair!
    Parabéns!
    Maciel

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  3. Resolvi seguir este blog por ter amigos de longa data e lendo suas historias me identifico com muitas delas,alem do que participei junto aos amigos CLAIR na ARFM onde fui presidente sempre com apoio deste amigo incontestavel.Ja o amigo Rosa fomos adversarios na mesa de jogo mas companheiro no Grupo Bola Branca pessoa que tenho admiração por estar sempre levando consigo o fut.mesa e expandindo a pratica do mesmo esteja ele onde estiver.Por fim quero dizer aos amigos desta associação que voces estão de parabens por ter pessoas amigas e dedicadas no grupo de voces.Abraços

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